A Justiça está testemunhando um salto impressionante de 39% nos requerimentos apresentados de janeiro a abril deste ano, de acordo com os últimos números da Serasa Experian.

Esse salto vertiginoso é uma consequência direta dos juros elevados que vêm martelando a economia e da demanda acumulada resultante dos impactos da pandemia da Covid-19 nos últimos três anos, conforme analistas experientes em Direito Empresarial indicam.

Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, foram 382 petições na Justiça, como revelado pela pesquisa da Serasa Experian. Esse volume impressionante marca um notável incremento de 39% comparado ao período de janeiro a abril de 2022, quando se registraram 275 solicitações semelhantes.

Os números acumulados até abril de 2023 se situam apenas um degrau abaixo do pico alcançado em 2018, quando 518 pedidos foram submetidos no mesmo intervalo.

Aprofundando a análise, a roupagem dos pedidos se desenha no setor de serviços como predominante, registrando 164 ocorrências, seguido pelo comércio, com 99, a indústria, com 82 e, por fim, o segmento primário, com 37.

Em meio a essa efervescência que permeia os primeiros meses do ano, casos emblemáticos tomaram as manchetes e se firmaram no conhecimento público. Nesse grupo seleto, as atenções recaem sobre a Lojas Americanas, Grupo Petrópolis, Light e Oi.

Essas entidades tiveram de recorrer à medida de Recuperação Judicial a fim de escudar-se dos credores e forjar uma renovação substancial para esquivar-se da iminência da falência.

Inúmeros empresários, com vistas a preservar suas forças de trabalho, operações e até os aluguéis de propriedades, viram-se compelidos a desfazer-se de seus ativos e, em consequência, perder capital durante o período da pandemia.

Num escopo mais abrangente, as empresas têm experimentado uma batalha árdua para manter suas atividades à tona, devido ao dobrar dos juros e à parca demanda do mercado.

Por entre esses casos que saltam aos olhos, a expansão dos requerimentos de recuperação judicial trará consigo impactos deletérios à economia do Brasil.

As ramificações advindas são sombrias, prevendo-se cortes de empregos e até mesmo a rescisão de contratos de locação por parte de algumas empresas, desencadeando, por sua vez, um aumento na inadimplência. Todo esse cenário reverbera de forma desfavorável no desenvolvimento do país.

Olhando adiante, nos próximos meses, podemos antecipar que novos pedidos dessa natureza farão sua entrada, caso o panorama econômico permaneça inalterado.