Com a chegada da Copa do Mundo no Qatar, que teve sua abertura ontem, e com a certeza de que o futebol nunca deixou de ser uma paixão dos brasileiros, vem à tona um debate: as empresas devem liberar os seus funcionários para assistir aos jogos da seleção brasileira durante os dias da competição?
Nesta edição, quase todas as partidas estão agendadas para o período do início e meio da tarde considerando o fuso horário brasileiro. Em período comercial, às vésperas da Black Friday, um dos eventos comerciais mais esperados do ano, os jogos podem criar impasses entre empregadores e empregados. Porém, como toda relação trabalhista, o bom senso e os benefícios às duas partes devem permear, sempre, a discussão.
Não existe nenhuma obrigatoriedade legal para que as empresas liberem seus funcionários para assistir aos jogos do Brasil. Logo, a flexibilização da jornada ou dispensa do funcionário são faculdades do empregador, que deve avaliar os prós e contras da sua decisão.
Não há nenhuma vedação à flexibilização da jornada ou dispensa do trabalho. A depender do ramo e se for possível, é uma oportunidade do empregador reforçar a relação de boa convivência com o colaborado.
A meta é conquistar o equilíbrio na relação laboral. Para isso, algumas alternativas se mostram muito viáveis, como, por exemplo, a compensação de concessão de folgas nos dias de jogos do Brasil, a flexibilização da jornada mediante liberação antecipada e sem desconto salarial, a opção de home office em dias de jogos e, também, a disponibilização de local compartilhado na empresa para exibição das partidas.
É de extrema importância que as regras estabelecidas sejam claras, preferencialmente por escrito e de forma isonômica para os colaboradores, ou seja, todos devem receber a mesma concessão. É o caso, por exemplo, das situações em que não é possível a liberação de todos os colaboradores. A sugestão é organizar as liberações em sistema de escala entre os funcionários para evitar desentendimentos e descontentamento.
A Copa do Mundo é, essencialmente, um evento que gera oportunidades de negócios para empresas de todos os ramos. A exploração da competição é, de forma quase unânime, positiva, até mesmo para a imagem das empresas. E não é diferente com relação à liberação dos funcionários durante a exibição dos jogos.
As relativizações costumam gerar impactos extremamente positivos perante os funcionários e até mesmo ao mercado de trabalho, externalizando para a equipe o reconhecimento da dedicação e valor dos colaboradores para a organização. Ser rígido demais, como não poderia deixar de ser, acaba enrijecendo demais a relação entre patrão e empregado. Razoabilidade e bom senso são sempre as melhores companheiras nessas tratativas.
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