Atualizado em 21/05/2020
Acompanhe a série de Entrevistas com empresários, formadores de opinião, políticos e autoridades que são referência em Pouso Alegre e região. Toda terça e quinta, aqui no MCK Notícias COVID-19.
Alexandre Magno é graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM,1996), com Especialização em Direito Civil pela (FDSM, 2005), Mestrado em Bioética pela Universidade do Vale do Sapucaí, UNIVÁS, licenciado em Direito pelo Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, IFSULDEMINAS, é Conselheiro do Conselho Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais- IFSULDEMINAS.
Como empresário estabelecido na cidade de Pouso Alegre e representante do segmento empresarial, quais os impactos da pandemia no comércio regional?
Desde março, o comércio de Pouso Alegre e da região do Sul de Minas entrou em crise devido à pandemia de coronavírus, que tirou consumidores das ruas e dos shoppings para colocá-los dentro de casa.
Mesmo com o comércio da região voltando aos poucos as suas atividades teremos agora o desafio de repensar o presente e o futuro. As vendas no balcão de loja dificilmente serão as mesmas.
A pandemia impôs nova realidade e derrubou todas as previsões de investimentos e expansão do comércio para esse ano. É chegada a hora de se reinventar e buscar novas estratégias de gestão, marketing e vendas.
Há indicativos da extensão dos impactos?
A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC), que, em dezembro, estimava alta de 5,5% no varejo ampliado para 2020 – a maior alta em sete anos -, assistiu às vendas derreterem nas primeiras cinco semanas de disseminação da doença no Brasil. As perdas chegaram a R$ 86,4 bilhões entre 15 de março e 18 de abril, de acordo com pesquisa da CNC divulgada em 30 de abril.
Quais as iniciativas dos órgãos de representação e do sistema S para enfrentamento da crise?
AÇÕES DO SISTEMA CNC, FECOMÉRCIO MG, SESC MG, SENAC MG E SINDCOMERCIO VALE DO SAPUCAÍ DURANTE A PANDEMIA
Desde o início da crise ocasionada pelo novo coronavírus, temos trabalhado de forma incansável. Foram realizadas diversas reuniões com os governos municipais, estadual e federal para que estes percebam as necessidades da classe que representamos, aditivos às Convenções Coletivas do trabalho foram feitos, uma série de orientações foram elaboradas aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.
Além disso, estamos ajudando a população de várias cidades do Estado doando toneladas de alimentos, bem como com a disponibilização de centenas de cursos gratuitos a distância. Os espaços físicos e profissionais do Sesc e do Senac estão à disposição dos governos. Temos disponibilizado várias Lives em diversos temas para o aprimoramento e aprendizado do empresário, entre muitas outras ações.
É possível crescer com a crise?
Penso que, neste momento, manter a empresa aberta e o seu ponto de equilíbrio financeiro já seja uma vitória.
Quais as lições tiradas do momento atual?
Os setores de varejo e serviços não essenciais estão pagando a maior parte da conta da crise, foram os primeiros a serem afetados e praticamente os últimos a serem liberados.
É necessário olhar para dentro das empresas, seja qual for o segmento, comércio de confecção e calçados, material de construção, brinquedos, eletroeletrônicos, móveis, dentre outros. A verdade é que todos tiveram de parar e reavaliar seus seus negócios durante a pandemia e será necessário refazer os planos.
Com a queda nas vendas, as ações devem ser rápidas, cancelamentos de pedidos ou revisão dos mesmos, paralisação e revisão dos projetos de expansão, renegociação com locatários, fornecedores e bancos.
Penso que teremos um outro varejo em todos os sentidos, a nota de corte irá subir, tudo terá que ser melhor, será necessário estarmos mais atentos e resilientes a essa nova realidade.
Qual conselho você daria ao empresário de nossa região?
Sempre falamos em nossas reuniões que precisamos ter o foco no cliente, hoje eu completaria dizendo que temos que ter também o foco do cliente.
Não espere as coisas acontecerem, esqueça um pouco as notícias e dedique mais a estudar seu negócio, buscando principalmente inovação tecnológica e humanização ao mesmo tempo.
Procure a instituição que representa a sua categoria e procure saber os benefícios, produtos e parcerias que ela oferta, pois elas podem fazer a diferença no seu negócio.
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